quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Música

Vida nórdica também é cultura. Este post é para compartilhar as experiências que tivemos com os músicos locais. No post anterior falei de um show que assistimos aqui, o Familie Consert. Como o nome mesmo diz, as apresentações foram direcionadas para todos os públicos. Houve canto lírico, música clássica, dança (eba!!), pop...
Gravamos um pedacinho de 2 apresentações. A primeira é de um tiozinho simpático, que tocava violão acompanhado de uma banda, e fazia uma música meio folk. Não sei como ele chama, pois quando chegamos ele já estava no palco. A segunda é a Kaiser Orchestra. Os caras são pop por aqui. Eles fecharam a noite, e todo mundo cantava as músicas deles. A cenografia e a presença de palco me impressionaram. Em algumas músicas eles dão umas marretadas nuns barris de metal, tipo Stomp. O cara que toca órgão é bem esquisito. Ele fica no cantinho dele, com uma máscara daquelas de oxigênio, tipo militar. E ele não sorri nunca, nem sequer olha para o público. Figura. A música é até legal, mas depois da terceira eu percebi que todas soavam iguais...rs. Mas o vocalista é gatinho, pelo menos. Pena que o som do vídeo não está muito bom, mas já dá pra ter uma ideia.

E no começo do mês fomos ver uma apresentação de jazz, do John Scofield (eu nunca tinha ouvido falar, mas quem gosta de jazz conhece), acompanhado de um velhinho muito bom no baixo e de um baterista biruta, famoso também. Nem preciso dizer que o Dani ficou pirado, né? Esses não são locais, são americanos, acho. Mas ficam no post musical de qualquer maneira. Esse vídeo é do bis, filmado às escondidas, por isso balança um pouco...rs

Norsk

quer dizer "norueguês." Pois é, estou aprendendo a falar norsk. Todos sabem como gosto de idiomas, e estou adorando aprender mais um assim, do zero. É desafiador e motivante. E difícil. Tem uns sons diferentes, uma entonação bem marcada, e uma ortografia por vezes bem confusa. Pra vocês terem uma ideia, esse vídeo foi feito num show que teve aqui na cidade pra comemorar alguma coisa que a gente não entendeu. Tinha alguma coisa a ver com a Unicef, e com uma empresa de petróleo daqui, eu acho... Enfim, só sei que quando as pessoas gritavam, a gente gritava junto...rs. Prestem bem atenção no que eles dizem, porque é uma mensagem bem bonita. Não parece que eles estão falando ao contrário, de trás pra frente?

Neve

Mês passado nevou 1 dia, e a danada durou só uns 4 dias. Eu achei lindo. O Dani também, mas só até o dia em que, indo pra faculdade, tentando subir a ladeira de todos os dias, ele começou a escorregar pra trás (imaginem a cena), porque a neve tinha derretido, virado água, e aí a água congelou de novo, então a ladeira virou um espelho de gelo, tipo pista de patinação (essa é a parte prática que ninguém conta...rs).

Aí tudo voltou ao normal, até que no fim de semana passado a neve resolveu aparecer de novo, e pelo jeito agora ela veio pra ficar, até porque desde então a temperatura está variando entre -6 e -10ºC, e a previsão diz que vai continuar assim pelo menos nos próximos 10 dias. Começou assim, no sábado de manhã (quaisquer comentários ofensivos à minha narração puramente baseada em dados científicos serão removidos, hein...rs):

E como o Dani diz, teve até "nebraska":

Resultado?
Às vezes o tempo fecha de um jeito
que não se enxerga além do quarteirão

A varanda ficou impraticável.
Também, com um frio de -10º, quem precisa de varanda?

As coisas criam barba...
...e estalactites.

As bicicletas fica abandonadas
A neve chega na canela


As ruas ficam assim, meio limitadas para os pedestres
Fica uma laminha de neve onde os carros passam (odeio!)

Mas é bonito, não acham?
E como diz Dr. Claudinei, parece cartão de natal.

Vai uma raspadinha aí?


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Aluguel

Já fez 1 mês, e eu ainda não contei como foi a história do aluguel do apartamento. Aqui vai:
Desde o dia 16 de agosto, quando chegamos aqui, minha ocupação principal era procurar apartamentos para alugar, e marcar visitas com os proprietários, que depois de conhecer todos os interessados, decidem, por sei lá que critérios, pra quem alugar.
Na segunda-feira, dia 30/08, tínhamos uma visita marcada ao meio dia, e uma às 7 da noite. Essas visitas são coletivas. Os proprietários marcam e anunciam no site onde o apartamento está anunciado, ou por email para os interessados (pelo menos nossas experiencias foram assim). Houve casos em que contamos mais de 10 interessados em uma visita. E encontrávamos as mesmas pessoas em várias visitas, era até engraçado.
Naquela manhã, decidi dar mais uma procurada nos sites, e achei um anúncio que havia sido postado minutos antes. Era de um apartamento no centro, que era o local de nossa preferência, e estava dentro da faixa de preço que podíamos pagar. A visita já estava marcada para aquele mesmo dia, das 14:00 às 18:00. Marquei no meu caderninho, e saímos. O roteiro seria: visitar o primeiro apartamento, almoçar alguma coisa, decidir a que horas visitar o outro ap (isso ia depender do andamento das outras coisas), visitar o das 19:00, e depois jantar no Egon (pra quem não leu um dos primeiros posts: http://www.egon.no/), pois segunda era dia de buffet de pizza e salada (estilo coma até morrer) por um precinho jóia. Nesse dia o Dani ia estudar em casa, não ia pra facu.
O apartamento que visitamos ao meio-dia era horrível. Sujo, porco, velho, com um monte de fio solto, que o marido engenheiro elétrico condenou até a morte. Saímos de lá 12:10, bem mais cedo do que esperávamos, já que o apartamento era ruim, e então resolvemos ir até uma escola que oferece aulas de norueguês, pois o atendimento aos interessados era toda segunda, até às 13:00. Chegando a 2 quadras da escola, tínhamos ainda meia hora para não perdermos o horário de atendimento. Foi quando encontramos um outro brasileiro que estuda na NTNU também. Fui apresentada, e começamos a conversar. A conversa se estendeu e quando finalmente chegamos à escola, já era 12:55. Tinha tanta gente lá pra ser atendida, que resolvi não esperar, deixando iso para a semana seguinte. Almoçamos lá na lanchonetezinha da escola mesmo, e então resolvemos visitar logo o outro apartamento às 14:00, para o Dani poder aproveitar melhor a tarde e estudar até a outra visita das 19:00. Chegamos uns cinco minutinhos adiantados, e quando subimos até o apartamento fomos recebidos por um meninão, que explicou q iria pra Escócia fazer o mestrado dali a 2 dias, e o apartamento era dos pais, que decidiram alugar, porque não tinham consigo vendê-lo. O pai, que mora em outra cidade, chegaria por volta das 17:00, pra decidir logo pra quem ele ia alugar, e que os primeiros a chegarem teriam preferência. Não preciso dizer que nos enchemos de esperança, né? Ficamos uma meia hora lá, e ninguém mais apareceu nesse período.
Voltamos pra casa, e havia uma coisa que nos afligia: não sabíamos se poderíamos assinar um contrato de aluguel, pois ainda não tínhamos nosso "RG" norueguês, que havia sido pedido pouquíssimos dias atrás, e demoraria por volta de 3 semanas. Mas isso não contamos pra ninguém.
Voltamos pro hotel, e um pouco antes das 17:00 o meninão me manda um e-mail dizendo que o pai dele tinha chegado, e queria nos conhecer. Pulamos da cadeira, nos trocamos, me penteei, maquiei, perfumei. Chegando lá, ele já tinha um contrato padrão, comprado na papelaria, e depois e 5 minutos de conversa, este contrato estava sendo informalmente traduzido para nós, e preenchido com os detalhes do apartamento. Combinamos então que faríamos o dépósito no banco (condição indispensável), e quarta-feira dia 1 nos encontraríamos com a mãe do meninão lá no apartamento mesmo com o comprovante de depósito e do pagamento do aluguel do primeiro mês. Ela nos daria a chave, e pronto! Mais que felizes, nem fomos ver o outro apartamento, e fomos jantar pizza e salada, o que virou nosso jantar de comemoração:

Contrato
Quarta-feira fomos ao banco fazer o depósito e descobrimos que não podíamos fazê-lo sem ter o bendito "RG"...
Já desanimei, achando que nada dava certo pra gente, que assim perderíamos o apartamento, etc. Resolvemos então explicar a situação pra nossa senhoria e propor o pagamento de dois meses de aluguel adiantado, que seria exatamente o valor do depósito, além de 2 meses ser o período em que qualquer das partes pode desistir do aluguel. E nos comprometemos a fazer o depósito assim que nossos documentos estivessem em ordem. E felizmente ela aceitou, depois de consultar o marido. E os dois são super fofos. Ela nos recebeu com uma orquídea, bombons e um cartão de boas-vindas.
Hoje já é dia 6 de outubro, e isso não foi resolvido ainda... Nosso RG chegou mesmo depois de 3 semanas. No outro dia já fomos ao banco pro Dani abrir uma conta, pra poder receber, pois o dinheiro que tínhamos a mão pro depósito acabou sendo gasto com as compras para a casa. O cartão do banco demorou 1 semana pra chegar. Quando chegou, fomos ao banco para fazer o bendito depósito. Isso foi feito dia 1 de outubro. Agora temos que esperar os papéis ficarem prontos, o que deve demorar mais umas 2 semanas. Ainda bem que os proprietários são gente boa, e como a senhora disse, "Aqui na Noruega as pessoas confiam umas nas outras."
Nesse post tem os vídeos do ap.

domingo, 3 de outubro de 2010

Fiasco

Eu já me gabei aqui dos meus dotes culinários, com descrições, reações e registros fotográficos. Mas a vida me fez calçar as sandálias da humildade, e parte deste aprendizado é publicar meu grande fiasco, assim como fiz com os grandes êxitos.
Depois de ter feito bacalhau, salmão, feijão, sopa, saladas e sanduíches diversos, um purê de abóbora com filé de frango que ficou esplendoroso, eu decidi fazer gelatina. E não consegui. Quem já sabe da história me indagou incredulamente "Como assim? É a coisa mais fácil do mundo!" Pois eu digo que não é. Ainda mais quando se é brasileira, onde as gelatinas vêm em envelopinhos de aproximadamente 30 gramas (eu sei porque fui pesquisar na internet...) com instruções de preparo, e de repente a pessoa se vê na Noruega, onde as caixinhas de gelatina têm assustadores 125 gramas, as instruções estão em norueguês, e o Google Translator te engana. Botei o triplo de água necessária, e depois de um dia verificando a gelatina que não endurecia, eu tive que aceitar o fato e literalmente "tomar"  toda aquela gelatina aguada.
Mas aprendi a lição e essa semana enfrentei o grande desafio novamente! Fiz de novo, e dessa vez ficou boa que só!
Mas o dilema continua: ainda não entendemos porque os 125 gramas daqui fazem a mesma quantidade de gelatina que os 30 gramas brasileiros. Mistério... muito maior que o caso Erenice.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Restrições etílicas (ou Eu, com cara de brota)

Este é mais um post cultural. Aqui a venda de bebidas alcóolicas é limitada. Existem lojas próprias para isso, com horário restrito. Até as que estão dentro dos shoppings respeitam este horário, ao invés de seguirem o horário comercial do shopping. Sabemos disso porque já batemos com a cara na porta dessas lojas 2 vezes, por termos chegado após o horário de atendimento.
Cerveja pode ser comprada no mercado mas, para nossa surpresa, também em horário restrito. Um dia o Dani passou no mercado pra mim, voltando da facu e, apesar do mercado ficar aberto até 23:00, o moço do caixa não pôde passar a latinha de cerveja que ele tinha pego, pois já era mais de 20:00 (!!)
No fim de semana estes horários são mais restritos ainda. Aos domingos as lojas especializadas nem abrem, e a seção de cerveja dos mercados fica fechada, ficando apenas as cervejas sem álcool pra fora, junto com os sucos e os refrigerantes.
Como o Dani passou o fim de semana com vontade de tomar cerveja (claro que ele podia ir a um bar, mas ele não estava a fim. Ele queria tomar em casa, de boa, enquanto estudava), ontem eu estava no mercado e resolvi comprar uma latinha pra ele. No caixa, cumprimentei a moça em norueguês, entendi quando ela me perguntou se eu queria sacola (que aliás é paga - de 70 a 90 centavos, depende do mercado), respondi - em norueguês - que não (pois sempre levo uma comigo, pra não precisar "comprar" outra). Aí ela falou alguma coisa que eu não entendi mas, como ela já tinha passado todos os produtos, achei que era o valor, então entreguei o dinheiro pra ela. Ela percebeu que eu não tinha entendido nada e me pediu - em inglês - pra ver minha identidade, pra ela poder me vender a cerveja. Alô? Faz tanto tempo que isso não me acontece, que demorei pra reagir. Quis dizer pra ela "Olha aqui, minha filha, eu já tenho 30 anos, entendeu? Não preciso mais ficar mostrando identidade pra comprar pinga". Mas resolvi entender aquilo como elogio. Por sorte estava com a minha carteira de motorista e entreguei pra ela, que demorou 3 horas pra achar a data de nascimento e só achou quando eu lhe perguntei, toda fofa: "Achou? 1980!"
E aqui vai mais um dado cultural: o ego de uma mulher vai às nuvens quando pensam que ela é mais jovem do que realmente é. E, em minha homenagem, uma foto que eu tirei assim que cheguei em casa, pra registrar minha carinha de brota daquele momento:
Fala sério, a mulher viajou, né?? Mas eu finjo que acredito... ; )

Fim de semana paulistano básico

Sábado passado resolvemos fazer um programinha básico: cinema e pizza. Em casa. Graças à internet mega-super-ultra-hiper rápida podemos virar ermitões se quisermos, e ainda assim assistir a todos os filmes existentes no planeta.
O filme foi "Querido John". Me acabei de chorar, o que também é bem básico, e a pizza foi de peperoni, comprada congelada, mas eu não me contive e tiver que incrementar, porque pizza sem muito queijo, tomate, azeitona e orégano não é pizza. Básico assim.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pra me redimir

Se você ainda não leu o post sobre a tragédia que acontceu com o Dani esta semana, leia aqui antes de saber porque eu tive que me redimir com ele.
Uns dias atrás fui em uma mercearia aqui na esquina, que pertence a um turco (não tenho cereza se ele é turco, mas deu pra entender). E adorei, porque tem coisas que não se acha num mercado comum, tipo: vários tipos de feijão, fubá, alguns legumes que ainda não tinha visto por aqui, produtos típicos árabes e, principalmente, o que me fez acreditar que estava tendo algum tipo de visão divina: leite condensado, da Nestlé, mas com rótulo em várias línguas:
Não comprei porque não ia usar, e quanto mais longe as tentações estiverem, melhor.
Mas depois do mal que causei ao Dani, quis me redimir. No dia seguinte, precisava ir ao mercado e, em vez de ir no que vou sempre, resolvi ir ao outro, na rua de trás. É mais careiro, mas tem mais variedade. E foi aí que achei estar vendo outra miragem: coco ralado. E, na hora, acendeu aquela lampadinha em cima da minha cabeça. Saí do mercado, passei no turco, cheguei em casa e, depois de aproximadamente 1 hora:

Bolo branco, normal, mas com cobertura tipo cocada. Sem modéstia, ficou dos deuses. Ah, e o mais importante: fui perdoada!!

Obs. É brincadeira, viu... o Dani não ficou bravo porque eu deixei ele careca. Pelo menos foi o que ele disse...

O Dani não é mais o mesmo...

... e a culpa é toda minha! Sim, mas antes de contar os pormenores dessa história quase trágica, preciso deixar aqui uma nota sócio-política-cultural: Aqui na Noruega, o governo deve garantir que todos os cidadãos tenham condições de ter uma vida confortável. Por isso, todos devem ter um salário que não lhes deixe faltar o básico para sua sobrevivência, não importando sua ocupação ou nível de educação. Por isso, serviços aqui são relativamente caros, se comparados aos preços de produtos manufaturados. Por exemplo, o barbeiro mais barato que encontramos por aqui custa cerca de NOK200 (R$70,00), enquanto uma máquina de cortar cabelo pode custar uma média de NOK400 (R$130,00). Por mim, não vejo problema em gastar NOK200 uma ou duas vezes por ano, mas o Dani ficou muito incomodado com a ideia de ter que gastar isso a cada 20 dias, principalmente ao pensar que com este valor ele pode fazer uma média com a patroa e levá-la pra jantar num restaurante bacaninha.
Sendo assim, compramos a tal máquina e é claro que eu, que nunca nem tinha pego em tal ferramenta, fiquei encarregada de operá-la. Diante de minha hesitação, o Dani disse "È simples, eu te mostro como o barbeiro faz. É só escolher o pente que corta no comprimento que a gente quer, e ir passando a máquina. A esposa de um cara lá da facu corta o cabelo dele, sem problemas."
Depois de ler o manual de instruções, que não me ajudou em nada, fomos realizar a tarefa. O Dani escolheu o pente (entre 6 opções) que ele achou ser o mais adequado pro comprimento que ele queria, e me instruiu "Passa reto, de baixo pra cima, sem fazer a curva da cabeça, pois o topo tem que ser acertado depois" Ah tá! Fácil. Fui aos poucos, com o ajuste de comprimento mais longo, e fui diminuindo aos poucos, pra não fazer besteira. Depois de um tempo, estava mais confortável e confiante. Foi quando ele disse "Agora temos que ver como você vai fazer o topo, porque meu cabelo é f#*% de cortar". E eu pensei "Como assim?? Há 15 minutos atrás era fácil, agora é f#*%????" Mas mantive a classe e prossegui. Até que tudo estava indo bem, lentamente, mas bem. Foi quando decidimos passar aquele primeiro pente na lateral novamente (depois de já ter usado uns 3), pra acertar, e aí dar os retoques finais. E eu pensei "Hum... o primeiro pente foi o de corte mais curto, então é só eu tirar esse e passar a máquina". Pois é, não era só isso. O que eu passei nele só não foi máquina zero porque o aparelho não tem essa opção.
Com aquele buraco perto da orelha, não teve opção, senão igualar tudo. Fiquei me desculpando o restante do tempo, enquanto ele tentava disfarçar a cara de pânico.
No final, não ficou tão ruim assim. Pior ficou o banheiro e as nossas roupas, com fios de cabelo em todas as frestas.
E é assim que lhes apresento o novo Daniel de Almeida Fernandes:

ANTES

DEPOIS

De volta, mais uma vez

Voltei, depois de sumir de novo. Várias coisinhas pra contar, e as contarei segundo a memória mandar. Sigam-nos os bons.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

1 mês

Estava esquecendo de deixar registrado: Hoje, dia 16, faz 1 mês que estamos aqui.
Opiniões? A qualidade de vida aqui parece ser prioridade. As pessoas são gentis (não necessariamente educadas), apesar de mais frias que os brasileiros. As pessoas têm palavra, ninguém parece falar nada da boca pra fora.
So far so good, tirando a saudade dos que ficaram.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dotes culinários

Pois é. Como boa dona de casa que estou descobrindo ser, agora eu lavo, passo e cozinho. E o que eu mais gosto é da parte do cozinho.
Nestes 15 dias,já rolou escondidinho, sopa, frango com legumes ao estilo chinês, saladas variadas, mas o mais esperado finalmente já faz parte do cardápio: o famoso bacalhau norueguês:

Acompanhado de arroz branco e brócolis no alho.

Receita de mamis, passada pelo skype...rs
Outro momento muito esperado pelo marido era o feijão. Achei aqui um feijão vermelho (acho que no Brasil ele é chamado de roxinho, mas isso não importa) e tomei coragem de cozinhá-lo SEM PANELA DE PRESSÃO. E não é que deu certo?? Mesmo sem a (in)dispensável folhinha de louro no tempero. Grão molinho, tempero gostoso, caldinho grosso... hummmm

E o salmão grelhado, então? Só faltou na foto o molhinho de mostarda
    É isso aí. Avisem minha sogra que o menino tá passando bem, muito bem alimentado..rs

domingo, 12 de setembro de 2010

Aniversário?

Ah...hoje é nosso aniversário (ou como disse minha mãe, mês-sário) de casamento. 3 meses!! Vamos comemorar indo jantar fora (e comendo o prato do dia, que é mais barato, óbvio! rs

Videos

Atendendo a pedidos, videos de nossas moradas nórdicas até o momento.
Quando chegamos, ficamos num hotelzinho. Eles chamam de hotel-apartment. Dá uma olhada:


Aí, depois de 2 semanas de muito tentar, conseguimos alugar um apartamento para chamar de nosso. Parafraseando o Dani, realizamos o sonho da casa própria. E a nossa senhoria é uma fofa. No vídeo dá pra ver a flor, o cartão e os chocolates que ela deixou para nós, assim como a primeira compra para o ap novo: balde e produtos de limpeza





E depois de uma semana, olha só que cara de casa nossa casa já tem:

sábado, 4 de setembro de 2010

CASA!!

Conseguimos alugar um apto.!!!
Por isso a falta de noticias, queridos seguidores.
Estamos atrás de apetrechos para uma vida mais decente, inclusive de um adaptador pra fonte do meu computador..rs Depender só da bateria não dá.
Depois posto todas as novidades com calma.
Obs. Adoro a Ikea!! Pra quem não conhece, não sabe o que está perdendo. http://www.ikea.com/

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Impressões

Podemos classificar os noruegueses por cores:
  • Noruegueses brancos
  • Noruegueses cor-de-rosa
  • Noruegueses transparentes
  • Noruegueses laranjas (naturais): ruivos e sardentos
  • Norueguesas laranjas (artificiais): Sim, elas adoram bronzeamento artificial por aqui (Meda!)
Os velhinhos aqui são muito mais descolados! Eles não usam bengala. Eles usam esse carrinho super legal:
O Dani cismou que a lua aqui é maior que no Brasil, talvez porque estamos mais ao Norte. Eu não sei se isso faz sentido... O que vocês acham??


De volta - resumo da semana

Só porque estava feliz de estar com o blog atualizado, a internet resolveu não funcionar direito no fim de semana e azedou tudo... Mas vamos então ao resumo da semana escandinava:
Segunda feira fomos à Polícia, resolver nossas coisas no Dpto. de Imigração. Chegamos lá umas 9:10, pois os trabalhos começam às 9:00. Surpresa: como outros serviços começam às 8:00, as senhas pro atendimento da Imigração já haviam se esgotado. Ah tá! Mais uma vez: ainda bem que avisam a gente antes. Fomos tomar café, o Dani foi pra Faculdade, eu fiquei de ir comprar umas coisas e acabei batendo perna o dia inteiro. Achei uma lojinhas bem legais, já dei uma olhada nos preços das coisas que a gente vai precisar comprar pra quando achar um apto. por aqui. Falando nisso, aquele que a gente visitou não rolou. Mas tudo bem, faz parte...
Terça fomos à Polícia de novo. Dessa vez chegamos às 8:00 e conseguimos. A documentação do Dani estava toda lá. A minha ainda não tinha chegado, mas no sistema estava tudo certo. Aliás, acho que não contei ainda: meu visto de residência e trabalho foi concedido dia 17, um dia depois de nossa chegada, e na sexta, dia 20, os papéis chegaram lá em casa, em São Paulo. Mas nem precisei apresentar os papéis, que neste momento estão em algum lugar do mundo vindo pra cá via Sedex (VALEU, MÃE!). Todas as informações estavam no sistema, então não tive problemas (OBA!). De lá, fomos para o Dpt. de Saúde ou, como eu gosto de chamar, o Posto de Saúde...rs. Isso é obrigatório para os imigrantes. Temos que fazer teste para tuberculose. Na verdade, só eu precisei fazer um teste de pele, em que eles injetam uma substância (subcutânea) pra ver se há alguma reação. Voltei hoje, depois de 3 dias, e deu negativo. Agora preciso ir ao hospital tirar uma chapa do pulmão. Como o Dani não precisou "tomar injeção", ele foi terça feira mesmo no hospital. Depois nos encontramos pra visitar mais um apto. Muito fofo, mas o proprietario vai dar preferência aos membros de uma tal associação que eles tem por aqui. Então esse não vai rolar mesmo. Depois, fomos ao nosso primeiro compromisso social nórdico. Fomos tomar um café na casa de uma mestranda que o Dani conheceu na faculdade. Ela e o marido estudam na NTNU, e em 2008 eles passaram uma temporada no Rio estudando na UFRJ, e ela fala um português bem bonitinho. O casal é super fofo. Ela fez bolo de maçã, pãezinhos, chá, café. Eles nos mostraram umas músicas de artistas noruegueses, nos deram várias dicas de lugares, nos ensinaram a falar algumas coisas. Adoramos, e parece que fizemos nossos primeiros amigos noruegueses... Ah, e na volta pra casa ainda pegamos nosso primeiro onibus nórdico. E não é que ele passou no ponto exatamente às 10:23, como marcado? Primeiro mundo é outra história.. rs
Na quarta fui ao supermercado e olha o que eu achei:

Não são lindas?
 Mas são um pouco sem graça, devo confessar. Ainda prefiro os morangos. À noite, fomos jantar em um pub, considerado o melhor pub da cidade: http://www.dengodenabo.com/ O site tá todo em noruguês, mas é só pra vocês sentirem o clima do lugar. E antes que alguém faça brincadeirinhas como o nome, como a gente, que diz que é o pub do nabo, "Den Gode Nabo" quer dizer "O Bom Vizinho". É aquele que tem um salão em cima d'água, do post anterior. Nos sentimos na Inglaterra, pois era dia de futebol, e o time da cidade, o Rosenborg, está na Eurocopa (acho), e tava todo mundo vidrado na TV!! E ainda por cima, comemos fish and chips, que é tradicional da Inglaterra. Fora que o pub está instalado num dos antigos armazéns da cidade, que deve ter sido construído há uns 500 anos, todo de madeira. Depois passamos num 7-Eleven pra comer um chocolate e tomar um café. Este é ou não é um mundo globalizado?? :) 
Quinta feira o Dani teve sua primeira aula oficial na Faculdade. Não é lindo?? ;) Tudo bem que ele errou o campus, teve que sair correndo de um campus pro outro pra não chegar atrasado, mas deu tudo certo. E apesar da matéria ter começado de um ponto que ele já manja, ele tá assustado com o que está por vir... Mas também, quem quer virar Doutor não pode ter moleza, né mermo? À noite fomos jantar num restaurante indiano. E comemos arroz... que delícia. Faltou o feijão, mas não ia combinar com  peixe ao curry...rs. Nunca achei que diria isso, mas não vejo a hora de arranjarmos um apto. pra eu poder fazer uma comidinha de casa: arroz, feijão, saladinha, bife acebolado...
E todos esses dias visitando apartamentos, esperando respostas, etc. etc.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Curiosidades

Voltamos do Burger King. Sim, é bem parecido ao do Brasil, só achei um pouco menos salgado. E além da batata e da cebola eles tem chilli cheese. Imagina um provolone a milanesa. Mas, em vez de provolone, é tipo um cheddar, que derretido fica um creminho, com jalapeño picadinha no meio...hmmmm
Outras curiosidades do lugar:
O sol se põe por volta das 22:00 ou 23:00. Esta é a vista da nossa janela, tirada há alguns minutos, às 21:00

Alguém aí já viu uma flor azul? Nos já:
Alguém aí já viu um Smart? Mas não assim. Aposto.
E um restaurante com salão em cima d'água?
Mãe, essa é especial pra senhora: Aqui também tem Polo.

Sexta, 20 de agosto de 2010 - Apartamento

Dani acordou cedo, pois tinha reunião com Asgeir na Universidade, pra discutirem que aulas ele vai assistir, qual vai ser a linha de pesquisa que ele vai seguir, etc.
Eu acordei por soliariedade, e dormi de novo, porque hoje tá nublado, e até choveu um pouquinho. Depois, como combinado, fui me encontrar com ele levando nosso almoço - sanduiches, batata, e um suquinho. Resolvemos aderir aos costumes daqui: um almoço meia-boca e um jantar mais reforçado. Hoje tínhamos um compromisso às 14:00: visitar um apartamento pra alugar! Finalmente, de 17 e-mails, 1 loiro me respondeu e nos chamou pra ir conhecer o lugar.
É perto da "Pça da República", no centro. Várias lojas por perto. Gostamos do lugar, cabe no orçamento. Vamos esperar agora. O cara falou que tinha mais umas 4 pessoas pra visitar, e ele ia decidir no fim de semana, pois era importante conhecer todos os interessados, pois eles já tiveram problemas com estudantes que caíam na farra, então preferem alugar para pessoas "que se comportem", segundo palavras dele. Dedos cruzados, pessoal!!!
Daqui a pouco vamos sair pra jantar. Vamos no Burger King, provar o Whooper daqui.
E finalmente o blog está atualizado!! Eba!! Que orgulho de mim!! rs 

Quinta, 19 de janeiro de 2010 - Polícia, farmácia, Pça da Republica

Acordamos cedo pra irmos à Polícia, no Dept. de Imigração. Chegamos lá, e... surpresa! O Dept. está fechado esta semana. Legal!!! Fica pra segunda. O problema é que quanto mais isso demorar, mais vai demorar pra podermos ter uma conta no banco, pra formalizar a situação do Dani na Faculdade, etc.
Esse é o prédio da polícia. Dá pra ler lá em cima? Politi

Fomos então pra Faculdade, pois o Asgeir, orientador do Dani, pediu pra ele passar lá, se desse. Pra eles começarem a conversar sobre o curso. Fomos por um caminho diferente, pra conhecer, e achamos um outro prédio da Faculdade de Tecnologia Marinha:
Notem o mastro
Conheci o tal orientador,finamente, e ele é muito gente boa. Tava bem ocupado, então a visita foi rápida. Fomos apresentados às pessoas, o Dani já ganhou a chave da salinha onde ele vai ficar com uns outros alunos, já falou com o cara de TI pra ver que tipo de computador ele vai precisar...essas coisas.
Na volta, o Dani reclamou de dor de estômago. Será que foi por ter tomado mais de 1 litro de água com gás que a gente comprou achando que era sem? Chegamos em casa, e eu saí, mapinha na mão, para procurar uma farmácia. Achei, pedi em inglês um anti-ácido, sem problemas. E descobri que essa farmácia fica numa praçona que parece a Pça da Répública. Tem uma feirinha em que se vende bugignga, roupa, bijuteria, e uma outra em que os produtores vendem legumes e morangos. Adivinhem o que eu não resisti?

Não são lindos? E deliciosos também. Acho que todas as coisas de morango do mundo são feitos com eles. Sabe aquele cheiro e gostinho de danoninho, de fruitella, gelatina de morango, etc. etc? Igual. E esse é só um pouquinho. A caixa é grande, mas eu resolvi comer só uma parte, pra durar mais. Quem guarda tem, não é?
Mas voltando ao marido doente, cheguei em casa, e aquele remédio não era anti-ácido. Era anti-inflamatório. E dos fortes. Ainda bem que o Dani passou parte da adolescência trabalhando em farmácia, então ele conhece os ativos mais usados.
Voltamos pra tentar trocar o remédio. Levamos a nota, explicamos tudo, e a mulher trocou, sem problemas, sem crises. As pessoas aqui confiam umas nas outras, porque ninguém tenta sacanear o outro. Igualzinho ao Brasil...
Queria mostrar a praça pro Dani, e acabamos num bar, ao ar livre, tomando um chope norueguês, chamado Dahls,  com os locais suando felizes debaixo do sol. O Dani adorou o chope, claro. Eu achei amargo pra caramba e pedi uma 7-Up (adoro!!)
Passeamos um pouquinho, e voltamos pra casa.

Quarta, 18 de agosto de 2010 - Primeiro dia de "trabalho"

Esse foi o dia em que o Dani tinha seu primeiro compromisso: encontrar com o orientador dele às 7:30 (este pedaço matutino do dia é um pequeno sacrifício pra ele) pra irem testar o robozinho no qual ele vai trabalhar. Ficou pensando que roupa ele ia usar, porque ele não sabia como são os hábitos aqui, porque queria causar uma boa impressão (fez até a barba!! rs), e também porque não desfizemos as malas, pois estamos hospedados nesse quartinho temporariamente (estamos usando as roupas que estão por cima da mala, pra não dificultar muito). No fim ele foi assim, bem típico de Daniel mesmo:
Esse negócio no bolso dele não é a carteira de trabalho, viu..rs. É o passaporte.
Quando ele voltou, ele contou que o cara veio de bicicleta, todo paramentado: bermuda, camiseta, capacete e luvinha; que os outros alunos que estavam no barco tambem estavam de bermuda; e que no barco todo mundo tinha que calçar uma papete especial antiderrapante...rs. Se preocupou à toa. Mas vivendo e aprendendo.
Enquanto isso, eu voltei a dormir, e depois saí pra fazer compras: queria comprar um dicionário pra ir começando a entender esse mundo. Fui numa rua aqui perto, que tem todo tipo de comércio:
Voltei rapidinho, porque só temos uma chave, e eu queria estar em casa pro marido não ficar trancado pra fora. (Olha só que esposa legal que eu tô virando). Fiquei curtindo meu dicionário - a-do-do dicionários! - assisti o SPTV do dia anterior pela internet - Obrigada, irmão, pelo acesso ao site da Globo -, acabei cochilando de novo, até que o marido chegou com várias novidades, informaçôes, etc. Decidimos sair pra comer, porque já eram 16:00 e nenhum dos dois tinha comido direito - ele porque a rotina dos caras é assim mesmo, o almoço é bem meia-boca, só um sanduichinho; e eu porque fiquei esperando ele, pois não sabia que horas tudo ia acabar - fomos num 7-Eleven aqui perto, e comemos porcaria: um dog que já tinha deixado o Dani com água na boca no aeroporto, um macarrão que eles vendem por lá pronto, por kilo, e uma fatia de pizza. Satisfeitos, fomos pra casa, porque o Dani ficou meio assustado, acha que já tem começar a estudar, porque pelo visto o pessoal por aqui leva as responsabilidades (estudo, trabalho) beeem a sério.
Satisfeitos, com a barriga cheia de junkfood

Terça, 17 de agosto de 2010 - primeiro passeio

Queríamos acordar cedo pra ir ver onde é a faculdade, mas a super inteligente aqui até colocou o celular pra despertar, mas não ajustou o relógio pra horário local. Resultado: acordamos quase às 10:00. Fomos almoçar num café aqui perto. A moça, super fofa, até abriu uns tupperwares pra nos explicar do que o sanduíche era feito. Dividimos um sanduíche (as porções aqui são bem grandes) e uma coca-cola de 500ml. Ah, pra quem tá se perguntando, sim, o gosto da coca é igualzinho. Mapinha na mão, comprado ontem, fomos para a Universidade. A prieira impressão dacidade foi ótima. Saímos do centro, onde moramos, e entramos  numa área residencial. Dá uma olhada no estilo:

Atravessamos a ponte, chegamos num parque, onde os noruegueses estavam todos felizes por poderem tomar um solzinho:
Dando a volta no parque, tivemos que encarar uma senhora ladeira. Mas a vista do meio do caminho até que vale a pena:

Lá em cima, quase chegando no prédio da Universidade, olha a tranquilidade:


Finalmente, achamos o Instituto de Tecnologia Marinha:

Que orgulho!
 Antes de irmos embora, subimos numa torre que tem ali do lado. Lá em cima, a 74 metros, outro restaurante Egon, aquele da primeira janta. Subimos pra ver a vista, e pra não ficar chato comemos a sobremesa que pulamos no dia anterior: eplekake (bolo de maçã). Dilícia!!


Esse é o prédio da Faculdade
Na volta, resolvemos passar num mercado, pra arranjar alguma coisa pra jantar, pois comer fora aqui é caro. Nos explicaram que todos aqui ganham um salário digno, para que todos possam viver sem passar necessidade. Por isso, os serviços (comer fora, pegar um táxi, cortar o cabelo, por exemplo) acabam sendo caros. E descobrimos que os mercados são bem normais:

Com exceção dessa pimenta. Olha o tamanho. Minha sogra ia adorar...


 Chegamos em casa e, ao ler os emails,  a notícia: O orientador do Dani o convidou para participar de um teste que eles iam fazer no robô no dia seguinte. Às 7:30. Preocupado, o marido começou a estudar (tadinho...rs):