terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Dani não é mais o mesmo...

... e a culpa é toda minha! Sim, mas antes de contar os pormenores dessa história quase trágica, preciso deixar aqui uma nota sócio-política-cultural: Aqui na Noruega, o governo deve garantir que todos os cidadãos tenham condições de ter uma vida confortável. Por isso, todos devem ter um salário que não lhes deixe faltar o básico para sua sobrevivência, não importando sua ocupação ou nível de educação. Por isso, serviços aqui são relativamente caros, se comparados aos preços de produtos manufaturados. Por exemplo, o barbeiro mais barato que encontramos por aqui custa cerca de NOK200 (R$70,00), enquanto uma máquina de cortar cabelo pode custar uma média de NOK400 (R$130,00). Por mim, não vejo problema em gastar NOK200 uma ou duas vezes por ano, mas o Dani ficou muito incomodado com a ideia de ter que gastar isso a cada 20 dias, principalmente ao pensar que com este valor ele pode fazer uma média com a patroa e levá-la pra jantar num restaurante bacaninha.
Sendo assim, compramos a tal máquina e é claro que eu, que nunca nem tinha pego em tal ferramenta, fiquei encarregada de operá-la. Diante de minha hesitação, o Dani disse "È simples, eu te mostro como o barbeiro faz. É só escolher o pente que corta no comprimento que a gente quer, e ir passando a máquina. A esposa de um cara lá da facu corta o cabelo dele, sem problemas."
Depois de ler o manual de instruções, que não me ajudou em nada, fomos realizar a tarefa. O Dani escolheu o pente (entre 6 opções) que ele achou ser o mais adequado pro comprimento que ele queria, e me instruiu "Passa reto, de baixo pra cima, sem fazer a curva da cabeça, pois o topo tem que ser acertado depois" Ah tá! Fácil. Fui aos poucos, com o ajuste de comprimento mais longo, e fui diminuindo aos poucos, pra não fazer besteira. Depois de um tempo, estava mais confortável e confiante. Foi quando ele disse "Agora temos que ver como você vai fazer o topo, porque meu cabelo é f#*% de cortar". E eu pensei "Como assim?? Há 15 minutos atrás era fácil, agora é f#*%????" Mas mantive a classe e prossegui. Até que tudo estava indo bem, lentamente, mas bem. Foi quando decidimos passar aquele primeiro pente na lateral novamente (depois de já ter usado uns 3), pra acertar, e aí dar os retoques finais. E eu pensei "Hum... o primeiro pente foi o de corte mais curto, então é só eu tirar esse e passar a máquina". Pois é, não era só isso. O que eu passei nele só não foi máquina zero porque o aparelho não tem essa opção.
Com aquele buraco perto da orelha, não teve opção, senão igualar tudo. Fiquei me desculpando o restante do tempo, enquanto ele tentava disfarçar a cara de pânico.
No final, não ficou tão ruim assim. Pior ficou o banheiro e as nossas roupas, com fios de cabelo em todas as frestas.
E é assim que lhes apresento o novo Daniel de Almeida Fernandes:

ANTES

DEPOIS

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